PLANEAMENTO URBANO ANTAS-CAMPANHÃ
Prática de Arquitetura
A Via de Cintura Interna (VCI) rodeia a cidade do Porto e atravessa o rio Douro através de duas pontes, a ponte da Arrábida a poente e Ponte do Freixo a nascente e, tem uma extensão de 21 km. A construção da VCI quebrou a continuidade urbana, dando à cidade duas malhas urbanas com identidades diferentes.
O objetivo foi criar uma estratégia de intervenção que proporcionasse uma melhor relação entre os tecidos urbanos adjacentes.
A estratégia toma o conceito da criação de uma “Cintura Verde”,
um sistema contínuo e articulado de espaços vazios existentes (áreas abandonadas, áreas desocupadas e outras áreas da cidade que surgem como espaços de oportunidade) que através de intervenções ao longo da sua extensão unificam um sistema complexo de espaços de lazer e estar. Propõe-se a criação de novos percursos pedonais e ciclovias que incentivam a mobilidade do centro para a periferia da cidade, novos equipamentos, novos atravessamentos diretos entre as duas margens e espaços públicos, garantindo uma continuidade intra-territorial e oferecendo espaços qualificados e com um novo papel na estrutura da cidade.
A área do território de intervenção localiza-se próxima da Estação Ferroviária de Campanhã, que juntamente com a linha do Metro do Porto e a Via de Cintura Interna (VCI) constituem uma ruptura no território não possibilitando a comunicação rápida e de fácil acesso entre as duas margens.
Além disso, esta zona é caracterizada pela morfologia acentuada dificultando a acessibilidade, pelas indústrias desativadas, habitação degradada, carência de equipamentos de serviços e culturais, défice de espaços públicos qualificados e percursos pedonais que tornam o espaço mais atrativo e permanente ao seu uso.
O objetivo da proposta é dar continuidade e articular todos os espaços verdes e equipamentos novos criados com os espaços já existentes. Através da introdução de novos percursos pedonais, ciclovias e linhas de árvores em pontos pertinentes, estabelece-se uma continuidade de percursos.
Dentro da estratégia foi necessário fazer algumas reestruturações nas infraestruturas viárias, foram desenhados dois eixos meso viários lado a lado com a VCI possibilitando uma continuidade de escalas entre a micro e macro escala. Criam-se ligações e atravessamentos diretos entre as duas margens, que dantes não existiam e, redesenhou-se o nó das duas rotundas de Campanhã, de modo a rentabilizar as áreas de acesso e criando um parque urbano no vazio resultante.
Na zona oriental, criou-se um novo centro da cidade que se desenvolve em função da Estação Ferroviária de Campanhã.
A nível programático propõe-se um novo volume a ocidente da existente Estação Ferroviária de Campanhã para a possibilidade de embarque e desembarque nesta zona. Propõe-se, também, uma estação intermodal de autocarros, concentrando nesta zona os vários meios de mobilidade.
Por fim, um hotel relacionado com o jardim urbano proposto, próximo do nó reestruturado de Campanhã e, uma praça rodeada de edifícios de comércio e serviços relacionados com a estação rodoviária e com o aglomerado habitacional da zona.
As áreas ajardinadas desenvolvem-se essencialmente junto à VCI, funcionando como elemento de remate e auxiliando a anulação visual e auditiva desta via para o espaço público proposto.
Tipologia:
Planeamento Urbano
Localização:
Porto, Portugal